Sistema de medição de dados biomédicos – ritmo cardíaco
Laboratório de Sistemas - LABSI
Hardware
![Fig. 1 - TCRT1000 [4]](https://e97f377bdb.cbaul-cdnwnd.com/94b86692a17ca17b307a52169f7f1015/200000013-af4f5af4f6/tcrt1000-8.jpg?ph=e97f377bdb)
![Fig. 2 - Princípio de funcionamento [4]](https://e97f377bdb.cbaul-cdnwnd.com/94b86692a17ca17b307a52169f7f1015/200000012-2b9992b99b/tcrt1000func.png?ph=e97f377bdb)
Sensor
Modelo: TCRT1000 [4]
Fabricante: Vishay
Tensão inversa máxima: 5V
Corrente máxima no emissor: 50 mA
TCRT1000 é um sensor óptico reflexivo que integra um díodo emissor de infravermelho e um fototransístor: fig. 1. Estes encontram-se dispostos lado a lado, numa cápsula de chumbo que bloqueia a luz natural, reduzindo a sua influência no desempenho do sensor.
Este sensor funciona com base na absorção de radiação emitida pelo díodo, pelo receptor. Desta forma, sem obstáculo, a radiação emitida pelo díodo é recebida pelo fototransístor. O contacto com um obstáculo faz com que a radiação recebida pelo receptor seja menor, uma vez que parte dela é absorvida pela superfície: fig. 2.
No caso concreto, aplicado como sensor de batimento cardíaco, ao entrar em contacto com a pele, é capaz de detetar o batimento cardíaco uma vez que a variação do fluxo sanguíneo, altera a quantidade de radiação absorvida pelo recetor. Esta variação induz, por sua vez, uma variação de corrente na saída do sensor, traduzida em variação de tensão numa resistência em série.
O sinal adquirido possui variações de tensão bastante baixas (na ordem dos mV), o que antecipa dificuldades no condicionamento do sinal.
De moda a garantir que a tensão inversa máxima não é ultrapassada, alimentou-se o sensor a 5V. Dimensionou-se a resistência de entrada de forma a que a corrente máxima no emissor não fosse ultrapassada e, simultaneamente, maximizada. No circuito do receptor, adicionou-se uma resistência em série com o coletor de modo a que a diferença de tensão na saída entre o modo de espera e o modo de medição fosse maximizada: fig. 3. Importa ainda referir que foi implementado um circuito dedicado ao "enable" do sensor, controlado pela app/microcontrolador.

Material utilizado:
- TCRT1000;
- Resistências: 1x 100 Ω, 1x 10 kΩ , 1x 1 kΩ ;
- Transístor: 2N3904 [5].
Filtro

Perante um sinal de saída do sensor com baixa amplitude, muito ruído e com gama de frequência de interesse apertada, projetou-se um filtro passa banda ativo.
Na construção do filtro passa-banda, utilizou-se a abordagem esquematizada no diagrama de blocos que se segue.
Material utilizado:
- Condensadores eletrolíticos: 2x 10 uF; 2x 4,7 uF;
- Resistências: 4x 10 kΩ;
- Potenciómetros: 2x 50 kΩ; 2x 2 MΩ;
- Amplificador operacional: 1x LM358 [6].

No dimensionamento considerou-se:
- Banda de passagem: 0,67 Hz (40 BPM) < f < 3,67 Hz (220 BPM);
- Ganho global teórico: 20 625 V/V (143 V/V por nível) - ajustado no ensaio.
Nos filtros activos utilizaram-se amplificadores operacionais LM358, adequados para a implementação de filtros, alimentados a 5 V.
Microcontrolador

Modelo: NUCLEO F446RE [7]
Fabricante: STMicroelectronics
Microcontrolador: STM32
Como unidade de controlo para o desenvolvimento deste projeto, utilizou-se a placa de desenvolvimento NUCLEO F446RE. É uma placa simples e versátil, com possibilidade de conexão direta ao arduino. Além disso, o processador inclui várias bibliotecas que facilitam a implementação dos projetos.
De entre as várias características/funcionalidades da placa, importa destacar:
- Oscilador de 32 kHz;
- Conversor ADC de 12 bits (3,3 V);
- Controlo por PWM;
- Interface de comunicação: I2C, USART, UART;
- Programador/Debugger incorporado.

Módulo Bluetooth
Modelo: HC-06
De modo a possibilitar a comunicação sem fios, e na ausência desta funcionalidade no NUCLEO F446RE, optou-se por adicionar um módulo bluetooth, com as seguintes características:
- Alcance: 10 m;
- Interface de comunicação: UART (Rx e Tx);
- Apenas modo Slave;
- Protocolo utilizado: RFCOMM.
Projeto de PCB
Um vez dimensionado e testado, realizou-se o projeto para uma placa de circuito impresso, para o circuito de aquisição e condicionamento de sinal.

Neste projeto, recorreu-se ao software KiCad. Este software, open-source, revelou-se bastante intuitivo e fácil de utilizar. Dispõe de uma vasta biblioteca de footprints e modelos 3D de componentes e circuitos integrados que facilitam a elaboração do projeto. Caso necessário, permite também, em poucos passos, a importação de modelos externos.
O modelo da PCB foi desenvolvido em duas camadas, com componentes through-hole, semelhantes, na medida do possível, aos utilizados na versão real desenvolvida em breadboard. Houve a preocupação de minimizar o espaço livre entre componentes. Desta forma, foi possível obter uma PCB com uma dimensão de 60 mm de comprimento e 40 mm de largura.
O modelo final pode ser visualizado em 3D e apresenta-se na fig. 8.